28.9.09

Fanfarra com o tempo

Tente frea-lo e ele escapa
Tente apressa-lo e ele empaca.


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Agora é quase amanhã...

O mundo encena pra mim nesse momento
Ilustrações abstratas que se encaixam ao meu acaso
Em minhas mãos tenho todos os pretextos que preciso
E coragem. Que nunca há de me abandonar.


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20.9.09

Ausente


A poesia dorme.
Nem pesadelo nem doce sonho.
Bateu um vento
bem no meio de um porquê.
Petrifiquei bem aí.
Não teve um fator paralisante.
Só um não ter para onde ir.

Ninguém me acalma
ou preocupa nesse instante.
Nem é o nada quem me abraça,
ele não faria tanto por mim.
É só um não sentir.
Guardei tudo o que não consigo lidar em caixas e estoquei.
Estou bem no meio de um grande armazém.
O motivo pediu conta e foi surfar no Havaí.
Ingredientes, lenha e fogão
está tudo aqui.
Só não há fome.


Texto de Roberta Silva (Belo Horizonte-MG, 1971)


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When the wolf is at the door and you have no door...


"A vida, o mundo, todo mundo tá ficando cada vez mais chato. A cada dia apodrecem as relações, regradas pelos estereótipos da mídia, atrofiando a linguagem do sentimento. E nós visualizamos através do espelho improvisado da moda; apenas um modelo. E de quê? A relação íntima, a que constrói o ser humano, vai pro (cyber) espaço. Iconoclastas, comecemos a partir de agora. A única regra é quebrar as regras. Não me importam as cicatrizes e me sobra na alma espaço para tantas quantas forem, se este é o preço por ter o peito aberto à baioneta. Mas aí é que percebo que todo mundo come, bebe e dorme."

Texto de Ro Druhens (Escritora de 'Alguns Contistas Contemporâneos' - Editora Uapê, RJ - e 'Outras Marias')


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15.9.09

Instável...

O intervalo da espera de um acontecimento importante é quase sempre uma tortura.
Às vésperas de uma prova importante, de uma apresentação ou entrevista de emprego tão desejada, de um resultado de exame preocupante, a mente acelera a pensar em hipóteses. Todas as hipóteses possíveis.
E, dependendo do dia, da sintonia e das coisas que se ouve, vê ou lê por aí, pode bater insegurança, medo... desespero mesmo.
É, literalmente, uma montanha-russa de emoções. Uma hora me sinto tranquila, no ápice da vontade de viajar logo. Em outras, como agora, dá vontade de sair correndo pra chorar no cantinho...
Mas, sou uma mulher com 30 anos nas costas e já passou a época de ter 'medinho'.
Pela dor ou pelo amor eu vou e ninguém vai me segurar.

Mas quem puder rezar por mim, eu agradeço. :)


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14.9.09

E tudo vai se ajeitando...

Por força do hábito, me descostumei às conquistas fáceis, cumpridas no prazo e que dão certo na primeira tentativa.
Quem impôs a regra de que tem que ser difícil e complicado pra dar certo?
É... o merecimento não depende (apenas) do sofrimento!

E isso tudo é um pouco novo pra mim.



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12.9.09

Ode à liberdade

Enfeitei palavras
para te receber
Meu presente
pelo retorno
da inspiração
e da coragem
pra ir além
do hoje e
do amanhã
Em sua presença
desfaz-se o silêncio,
desabotoam-se
as dúvidas,
os medos
e também as certezas
que engessam o pensamento.



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9.9.09

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Ai, ai, ai...
Depois de um longo período matutando ideias, cuidando dos preparativos, correndo contra o tempo, voltei pra dizer que... já estou indo.
Essa frase poderia terminar com uma seqüência de exclamações (!!!!!), CAIXA ALTA e ênfase nas palavras finais com o uso da repetição de voooogaaaais.
Afinal, era/é tudo o que eu mais queria/quero.

Mas eu escolhi assim. Um ponto.
Pronto.

Meu sonho de ir embora, começar tudo de novo, bem longe daqui, começa a ter um gostinho diferente. Uma mistura de saudade (bastante), ansiedade, insegurança, realização, medo... tudo isso borboleteando na boca do meu estômago, o tempo todo.

Eu vou.

Mas agora, vendo o dia da partida tão perto, sinto vontade de ficar mais um pouquinho.
Ah, foi legal brincar disso. Mas eu gosto mesmo é daqui. De vocês.
Amo minha família, meus amigos, todos os bichinhos alheios, minha cama, meu sagrado açaí logo ali na esquina, minhas coisinhas do meu jeito, os lugares que eu gosto de visitar...

Tanto de mim em tudo isso.

É inevitável não sentir que se perde o que há de mais importante na vida, deixando pra trás todas as pessoas, coisas e sentimentos tão intrínsecos na alma.

Mas, a vida é assim.

Ela mesma é uma viagem onde tudo muda o tempo todo. De lugar e de tempo.
E é verdadeiro quando digo que todos estarão comigo aonde eu for.
Apesar do apelo emocional por todos aqueles que me mantiveram em terras brasileiras até hoje, sinto que é meu momento de partir. Minhas células, minha alma, minha sorte, me mandam pra longe.
Mas com paciência, que não me é peculiar, mas necessária, esperarei os dias que me separam do momento de despedida, como se esta não existisse.

Por que a vida e o momento que eu tenho são estes de agora. Os quais sou grata e viverei como sempre fiz. Intensamente.


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1.9.09

Castelos de açúcar

Qual é o fenômeno que esconde o óbvio dos olhos, mentes e ouvidos de uma pessoa?
Por que tanta dificuldade em assimilar a rejeição?
O caminho para o 'não', curto e grosso, pode transforma-se num longo e sinuoso labirinto, onde é mais confortável se esconder.
Dizer 'não' é muito difícil também. Tentar amenizar uma rejeição (sem florear) pra não magoar é uma atitude de amor e respeito com o outro.
Mas existem aqueles que preferem garimpar no meio da verdade, apenas aquilo que convêm, eximindo o fato e se agarrando a esperanças falsas. Autoenganação que constrói grandes e frágeis castelos de açúcar.

O doce sabor da ilusão...


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