31.5.09

Estoque de distração

Como uma batida na porta
a chuva acorda quem estava dormindo
Do estoque de distração,
saem coisas que me tiram do lugar onde estou
Distante daquilo que me cerca,
num tempo que meu coração queria que fosse hoje
Mas deixa ser... sentir saudade também é bom.



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28.5.09

Fabricando pequenas lembranças...

... que um dia serão importantes.



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27.5.09

Ilustração: Irisz Agocs

Amassado, semi-novo
Peça única
Às vezes parece pequeno
Noutras grande
Mas na verdade é elástico
Feliz trabalha melhor
Triste perde o ritmo
Num descompasso que dá dó
Enganado, frustrado, se sente rejeitado
De saudade ele entende
Vez em quando se perde e se encontra no meio dela
Não sabe fazer conta
Tem coisas mais importantes pra resolver
Sim, não, talvez...
Frágil
Forte
Não sabe o tempo das coisas
Guarda em si o infinito
O desconhecido o apavora e o alimenta
A verdade, mesmo que doa, o sustenta
A mentira? Essa, por favor, não
Uma canção, uma voz, um cheiro
Um olhar, um toque, com jeito...
Truques que ele não entende.
Não precisa
Ele sente.



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26.5.09

I Surf Reggae Caiçara

tag alt="surf reggae ilha grande rio de janeiro"
Pra quem pega onda ou apenas gosta de ficar jogado na natureza, vai ser demais, além de muito barato.
Boas possibilidades de ondas rolando, pois será mudança de Lua, exatamente para a cheia.

Onde: Praia do Aventureiro - Ilha Grande, Angra dos Reis - RJ
Quando: Fim de semana dos dias 6 e 7 de junho de 2009
Quanto custa: cada pacote custará R$ 80,00

Inclui:
- ida e a volta de barco (normalmente só o barco custa mais que isso!)
- 2 refeições: 1 no sábado, entre 13h e 20h, e outra no domingo antes da partida
- 1 café da manhã

Contato
Camping do Ferreira
Telefones: (24) 9827-1376 / (21) 7103-6965 / (24) 3367-6967
E-mail:
campingdoferreira@gmail.com

IMPORTANTE:
- São somente 135 lugares nestas condiçoes. Quem quiser ir tem que reservar logo.
- Faça sua reserva e se informe sobre os horários de saída dos barcos, que serão rigorosos para segurança e conforto dos visitantes.
- O Guilherme (que não é Ferreira, mas é dono do camping) disse que esse evento vai rolar todo mês. Hmmm... se não der pra ir agora, é só esperar pelo próximo.


ESSENCIAL:
- Vá de mente aberta e não tenha frescura. Ou não vá.
- Celular? Só servirá como despertador. Nesta parte da Ilha não há sinal de celular (nenhuma operadora).
- Leve só o necessário. Pouca roupa que seja útil e fácil de lavar e secar, agasalho para a noite e equipamentos básicos para acampamento.
- Leve dinheiro. Lá não tem banco, nem aceita cartão.
- Seja limpo e educado. Não jogue ABSOLUTAMENTE nada no mar, areia ou trilhas. Aproveite o hábito adquirido e carregue-o para o resto da vida, em todos os lugares.
- Programe seus dias: conheça a região, faça passeios de barco e caminhadas. Informe-se sobre as atividades dos campings vizinhos e comunique-se com os locais e outros turistas. A vibe do lugar é excelente pra fazer amigos.



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24.5.09

Se...

... ao final desta existência,
Alguma ansiedade me restar
E conseguir me perturbar;
Se eu me debater aflito
No conflito, na discórdia…

Se ainda ocultar verdades
Para ocultar-me,
Para ofuscar-me com fantasias por mim criadas…

Se restar abatimento e revolta
Pelo que não consegui
Possuir, fazer, dizer e mesmo ser…

Se eu retiver um pouco mais
Do pouco que é necessário
E persistir indiferente ao grande pranto do mundo…

Se algum ressentimento,
Algum ferimento
Impedir-me do imenso alívio
Que é o irrestritamente perdoar,

E, mais ainda,
Se ainda não souber sinceramente orar
Por quem me agrediu e injustiçou…

Se continuar a mediocremente
Denunciar o cisco no olho do outro
Sem conseguir vencer a treva e a trave
Em meu próprio…

Se seguir protestando
Reclamando, contestando,
Exigindo que o mundo mude
Sem qualquer esforço para mudar eu…

Se, indigente da incondicional alegria interior,
Em queixas, ais e lamúrias,
Persistir e buscar consolo, conforto, simpatia
Para a minha ainda imperiosa angústia…

Se, ainda incapaz
para a beatitude das almas santas,
precisar dos prazeres medíocres que o mundo vende…

Se insistir ainda que o mundo silencie
Para que possa embeber-me de silêncio,
Sem saber realizá-lo em mim…

Se minha fortaleza e segurança
São ainda construídas com os materiais
Grosseiros e frágeis
Que o mundo empresta,
E eu neles ainda acredito…

Se, imprudente e cegamente,
Continuar desejando
Adquirir,
Multiplicar,
E reter
Valores, coisas, pessoas, posições, ideologias,
Na ânsia de ser feliz…

Se, ainda presa do grande embuste,
Insistir e persistir iludido
Com a importância que me dou…

Se, ao fim de meus dias,
Continuar
Sem escutar, sem entender, sem atender,
Sem realizar o Cristo, que,
Dentro de mim,
Eu Sou,
Terei me perdido na multidão abortada
Dos perdulários dos divinos talentos,
Os talentos que a Vida
A todos confia,
E serei um fraco a mais,
Um traidor da própria vida,
Da Vida que investe em mim,
Que de mim espera
E que se vê frustrada
Diante de meu fim.

Se tudo isto acontecer
Terei parasitado a Vida
E inutilmente ocupado
O tempo
E o espaço
De Deus.
Terei meramente sido vencido
Pelo fim,
Sem ter atingido a Meta.

(Texto de José Hermógenes de Andrade Filho)



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Verdadeiros valores

"POBRE não é aquele que não tem, mas aquele que pede.
RICO não é aquele que tem, mas aquele que dá."

(Texto de José Hermógenes de Andrade Filho)




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22.5.09

Gosto do inesperado

'...O inesperado quer chegar:
Eu deixo
E a gente faz e acontece nessa vida
Nessas telas
Nessas bagatelas.'

(Trecho parte de uma música da Adriana Calcanhoto)




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19.5.09

Às vezes...

É O QUE ME INTERESSA Lenine

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem
Quem vai virar o jogo e transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado só de quem me interessa

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me traz o seu sossego, atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurre em meu ouvido
Só o que me interessa

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa



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16.5.09

O mesmo vento que apaga uma chama...

A gente escolhe as pessoas pelas qualidades, mas são os defeitos que pesam na convivência diária.
Ame os defeitos! Alguém consegue fazer isso?
Você pode construir uma relação com muito cuidado, respeito, carinho, fazer tudo certinho e de uma hora pra outra, por uma única pisada fora do quadrado, o sonho vira pesadelo. Todo mundo erra.
Relações sustentadas apenas na diversão, prazer e outras coisas boas da vida, são vazias. O conflito (sem extrapolar) aprofunda o conhecimento sobre o outro.
É na hora do aperto que se conhece alguém (e a si mesmo também).
Exercer o amor, a compreensão e o respeito é muito fácil quando está tudo bem. Mas preservar todos esses sentimentos numa crise, ah! Isso sim tem valor.
Eu sei do que eu gosto, mas e do que não gosto? Como lido com isso? Claro que é muito mais trabalhoso.
E se a gente acha que o trabalho não vale o esforço, ignora, esquece, fere com o silêncio.
Mas essa preguiça e falta de vontade em lidar com algo que não se gosta em alguém que a gente gosta, demonstra falta de humildade e pouca (ou nenhuma) consideração.
O conflito pode ser unificador e devolver o equilíbrio. O silêncio ou as palavras fáceis deixam as relações frouxas, enfraquecidas.
Existem chamas que se apagam com o vento. E existem aquelas que se mantêm.
O vento é o mesmo. As chamas é que são diferentes.




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3.5.09

Virada Cultural 2009: um relato do 'front de batalha'

(Foto da Virada Cultural de 2007 - quando ainda era um evento tranqüilo - tirada por Silvio Tanaka)

Vou (ia) à Virada desde sua primeira edição, e posso dizer que ontem fiquei muito triste.
Pra quem ainda não conhece (salve alienação!), a Virada Cultural é um evento que acontece desde novembro de 2005 em São Paulo. Inspirado na Nuit Blanch parisiense, que por lá agita a cidade todos os anos, com atrações culturais madrugada adentro, por aqui o evento tem o mesmo conceito, reunindo atrações culturais das mais diversas, espalhadas pela cidade e acessíveis à todas as pessoas durante 24 horas ininterruptas.
Parece legal, né? Pois é... ERA muito legal.
Infelizmente as 'Noites Brancas' foram manchadas pela sujeira, grosseria, vandalismo e feiuras humanas.
Ontem a noite, comi um lanche no Café Girondino na São Bento e de lá caminhei em direção à rua XI de Novembro, onde rola música eletrônica.
Já naquele momento (os meus primeiros no evento) senti uma tensão no ar, vi muita gente caída, baderna, muita, mas muita sujeira e senti uma confusão se formando em volta de mim.
De repente me senti presa em meio à muvuca e percebi que estavam mexendo na minha mochila. Mal consegui me mover. A mochila ficou mais leve, haviam levado a minha câmera digital.
Do meu lado, mais vítimas do 'arrastão' davam falta de alguns de seus pertences também.
Confesso que vacilei, deveria ter andado com a mochila na frente. Mas isso aconteceu tão rápido, que não deu tempo de lembrar disso.
Continuei o meu percursso pela Virada. O episódio da máquina foi chato, mas não queria que isso estragasse todo o resto do evento. Mas, infelizmente, as cenas que eu vi me levaram a triste constatação de que SP não suporta eventos deste tipo. Digo até que pessoas como aquelas não merecem a oportunidade de participar de um evento desse tipo.
O público mudou muito. Em quantidade e qualidade.
Nas três primeiras edições, a sensação que se tinha ao andar pelas ruas na madrugada da Virada, era de que o ser humano era capaz de coisas maravilhosas. O clima de amor, união, paz e alegria eram quase palpáveis, de tão fortes. Pessoas do bem e a fim de usufruir da diversidade da Virada. Todas as classes sociais, idades, tribos... tudo junto e misturado sem o menor problema.
No quarto ano, o evento já era mais 'popular' e começou a atrair gente estranha.
Houve aquele episódio horrível durante o show dos Racionais Mc's. Minha irmã estava lá e presenciou a polícia e uma minoria de pessoas se provocando e começando uma confusão. Resultado: bomba de gás lacrimogênio, tiro de borracha... um horror. Nessa hora eu estava com amigos no Café Girondino (de novo!), a tropa de choque marchando na rua, indo de encontro a multidão que saía do show, batendo no escudo e jogando bomba pra todo lado. Sem entender o que era, todas as pessoas do café se jogaram no chão! Foi sinistro...
Na semana seguinte foi realizada a "Virada da Paz", pra amenizar o ocorrido.
O evento ficou marcado, mas mesmo assim ainda tinha sido muito bom.
Mas agora, nesta quinta edição, o que antes era uma congregação cultural, transformou-se em circo de horror. Bêbados, drogados, bandidos, vândalos... eles agora parecem maioria e encerram, pelo menos pra mim, a última participação na Virada Cultural.
Triste realidade... mas "tá dominado, tá tudo dominado..." (pelo mal).
:(........