24.8.09

Por onde anda a realidade?

Vivendo num país onde não existe guerra (ou pelo menos, não oficialmente declarada) e com brando histórico de catástrofes naturais, formamos um povo pacífico e de personalidade e cultura 'esponjosas'.
Sim, somos esponjosos. Absorvemos com facilidade tudo o que é trazido pra nós. E isso tem o seu lado bom e ruim.
E, para o lado ruim, destaco a falta de senso crítico e a banalização diante de atos explicitamente absurdos.
Àqueles que vomitam palavras dizendo: "ah, isso é normal", "nada adianta", "não tenho nada a ver com isso...", registro os meus pêsames:
Tão jovens e já desistiram de viver (no sentido amplo da palavra) e, como ser humano, tornaram-se incapazes de contribuir conscientemente para este mundo.
Às vezes, olhando em volta, tenho a sensação de ver pesos mortos de todos os tamanhos, caminhando ou parados, espalhados pelas ruas, solitários em seus carros ou nos transportes coletivos, em seus postos de trabalho...
Alguns vivem esse estado transitóriamente, para em algum momento, sintonizar-se com a realidade. Mas outros (e são muitos), nunca se encontrarão em tempo nenhum... São as pessoas que se ocuparam apenas de nascer e morrer.

"... Eu quis cantar
Minha canção iluminada de sol
Soltei os panos
Sobre os mastros no ar
Soltei os tigres
E leões nos quintais
Mas as pessoas da sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer..."

Trecho da música Panis Et Circenses, cantada por Marisa Monte e letrada por Caetano Veloso e Gilberto Gil


E digo mais:
Um dia todos nós viraremos adubo e contribuiremos para a terra.
Mas um pouco antes disso, podemos nós mesmos plantar e colher algumas coisa boa.



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